sexta-feira, 30 de junho de 2017

Augusto dos Anjos


AUGUSTO DOS ANJOS



O poeta Augusto dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, no município de Sapé, estado da Paraíba. Aprendeu com o pai, bacharel, as primeiras letras. Estudou no colégio Liceu Paraibano, onde viria a ser professor em 1908. Ainda em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1906. Contudo, não advogou; vivia de ensinar português, primeiro em seu estado e a seguir no Rio de Janeiro, para onde se mudou em 1910.

Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina, Minas Gerais, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, Eu, foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.

Precoce poeta brasileiro, Augusto dos Anjos compôs os primeiros versos aos sete anos de idade. Seu contato com a leitura influenciaria muito na construção de sua dialética poética e visão de mundo. Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me), o poeta fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte").

A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do Eu – desde 1919 constantemente reeditado como Eu e outras poesias – um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma.

Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.

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